terça-feira, janeiro 31, 2006

Maria

Ainda hoje oiço o som do bater do teu coração…
A partir daquele momento a minha vida começou a mudar… eu comecei a mudar… o meu corpo começou a mudar… tudo à minha volta começou a mudar… e tudo isto para um melhor que eu não achava possível existir!
E agora…
A espera que o meu corpo começasse a ganhar forma… para que o mundo soubesse que se aproximava a tua chegada...
Maria… sim esse será o teu nome! Mas e se for um menino… não… tenho a certeza que será menina… Há qualquer coisa que me diz que será uma menina…
Maria, a minha princesa!
O primeiro pontapé …senti a minha a minha princesa… senti a vida dentro de mim… é o sentir que nasci para te ter! Para te sentir… proteger… para te criar… O meu amor é um ser que tenho dentro de mim…
As conversas… duvidas… medos… sonhos… os livros que leio… as músicas que oiço, partilho tudo contigo… és e serás sempre a minha confidente… para que saibas o prazer que é partilhar… sentirás em mim a segurança… a confiança… serei o teu porto seguro!

O calor deste verão aperta e aperta a ansiedade… a vontade de te conhecer melhor… quero saber como são os teus olhos, a tua boca… a tua pele…

As máquinas estão todas a trabalhar à nossa volta… está tudo preparado para te receber… o teu pai está lá fora à tua espera… Eu gostava de poder sentir-te a sair, mas os médicos dizem que não dá… és muito grande…
Mas não tenhas medo porque eu estou aqui… já falta pouco…

“Tem aqui uma grande menina. Grande e bochechuda!” … Finalmente oiço a tua voz… um choro leve, mas determinado!... O pano verde não deixa ver-te, mas a tua presença enche a sala de partos…
Como no teatro, levanta-se o pano e lá estás tu… LINDA… A minha princesinha… Tanto cabelo… uns olhos enormes de cor indefinida… uma pele macia… tão grande, mas ao mesmo tempo tão pequenina… A minha Maria!

Naquele momento o meu coração encheu a sala, deixei de ouvir as máquinas os médicos… passamos a estar só nos duas naquela sala… foi como se não existisse mais ninguém além de nós duas…

Tenho este dia gravado na memória…
No dia 25 de Agosto de 2003 a partir das 12:38 foi-me dado o papel mais importante da vida: o de MÃE.

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